ONDA DE HOMICÍDIOS REDUZ EXPECTATIVA DE VIDA DO HOMEM
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Rio de Janeiro – A morte violenta de milhares de jovens a cada ano no
país provoca redução da expectativa de vida em todos os estados, revela
estudo divulgado hoje (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). Em alguns estados, como Alagoas e Espírito Santo, a
expectativa de vida dos homens diminui mais de dois anos por causa de
homicídios, acidentes e suicídios de pessoas entre 15 e 29 anos.
De acordo com o Ipea, os homens de Alagoas têm perda de 2,62 anos em
sua expectativa de vida e os do Espírito Santo, de 2,14 anos. Outros
nove estados têm redução de mais de 1,5 ano na esperança de vida por
causa da violência na juventude: Bahia (1,81 ano), Amapá (1,74), Pará
(1,73), Paraíba (1,69), Paraná (1,68), Pernambuco (1,66), Ceará (1,6),
Goiás (1,53) e Mato Grosso (1,51).
Apenas três estados têm perda estimada menor do que um ano: São Paulo
(0,78), Acre (0,95) e Santa Catarina (0,98). Os homens do Rio de
Janeiro têm perda é de 1,32 ano e o Distrito Federal, de 1,42. O estudo
do Ipea também tenta contabilizar, por meio de um modelo econômico
complexo, o “valor da vida”.
Conforme o cálculo do Ipea, as mortes violentas de jovens no país
causam perda de bem-estar social equivalente a R$ 79 bilhões por ano. O
custo equivale a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de
todos os bens e serviços produzidos no país.
Segundo o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, o impacto é diferente
em cada estado. Nos estados mais violentos, como Alagoas, o custo das
mortes violentas, de R$ 1,7 bilhão, chega a representar 6% do PIB. Em
São Paulo, estado que registra a menor taxa de mortes violentas de
jovens, o custo, de R$ 14,9 bilhões, representa 1% do PIB.
“A taxa de mortalidade é um custo de bem-estar social. É um custo em
termos de dor, sofrimento, perda de produtividade, e representa um
grande custo econômico. Só para ter uma dimensão do que representam R$
79 bilhões, isso é mais do que o orçamento das secretarias de Segurança e
de Justiça [ou Administração Penitenciária] de todos os estados”, disse
Cerqueira.
Fonte: Agência Brasil via Retrato do Oeste
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